Quando Roger Waters fez protestos em outubro, durante os seus shows no Brasil, muitos fãs vaiaram ou foram embora da apresentação. Uma indicação de que estas pessoas podem não ter entendido a obra do “Pink Floyd”, especialmente “The Wall”.
Agora, a situação se repete. Relatos de espectadores do filme “Bohemian Rhapsody” revoltados com cenas gays envolvendo o vocalista do Queen, Freddie Mercury, mostram que muitas pessoas escutam músicas internacionais sem entender suas letras ou sem saber nada da vida dos artistas que as interpretam.
Segue alguns relatos postados nas redes sociais:
Que doideira ler que teve gente em sessão de Bohemian Rhapsody vaiando quando tinha cena de flerte/beijo LGBT. os caras foram pro cinema assistir um filme sobre o FREDDIE MERCURY esperando O QUE exatamente – Relata o Twitter @anarcobs
Na sessão que a minha mãe foi gritaram “bolsonaro vai pegar vcs” na cena do beijo. O pior de tudo é que todo mundo riu – Declarou a usuária @mrunabelo
Na sessão em que fui, um cara foi embora – Disse @paulabel
Na minha sessão gritaram “Bolsonaro” logo no primeiro beijo. Não pararam de dizer durante todo o filme “que nojo”, “que tristeza”. Que tristeza digo eu, que plateia é essa? Achei que eu tinha sido azarada, pelo visto a idiotice é generalizada – Reclamou @rguarize
Tinha um cara na minha sala que na hora do beijo falou “ah isso não” e saiu tipo???????????? O CARA É UM ÍCONE DA MÚSICA E CARA SAI DA SALA BICHO COMO ASSIM – @Tanara_twt
Quando o Queen se apresentou em 2015 com o cantor Adam Lambert, muitos fãs reclamaram do vocalista “muito gay”, parecendo ignorar as performances e vestimentas de Freddie Mercury.
No entanto, Freddie virou um ícone gay, mas sua biografia é controversa. Estudiosos apontam uma vida bissexual e um cantor com diversos momentos homofóbicos ao longo da sua carreira, que desprezava as conquistas LGBT. Seria um percursor do movimento G0y?