Nesta quarta-feira, dia 13 de fevereiro, o Supremo Tribunal Federal julga a criminalização da homofobia no Brasil. Como ainda não sabemos o resultado da votação, vamos falar de coisa boa, da luta pela diversidade através da cultura.

Nos dias 13 e 14 de fevereiro, o Festival Close Certo exibe produções audiovisuais de todo o Brasil que abordam a diversidade de gênero e de sexualidade, os direitos sexuais e a interseccionalidade. Foram selecionados seis curta-metragens que serão exibidos em duas sessões, seguidas de debate mediado por cineastas e ativistas.

Todas as sessões serão gratuitas, no centro da cidade de São Paulo. Confira a programação: www.closecerto.org.br

Quarta, 13 de fevereiro
Ação Educativa
Rua Gen. Jardim, 660 – Vila Buarque, São Paulo

19h- Exibição dos curtas selecionados

* Bicha Preta- Thiago Rocha/RJ/documentário/22’55’’
Descrição: Bicha Preta aborda os aspectos socioculturais que auxiliam na marginalização da negritude, especificamente em relação ao indivíduo homossexual. Contribui relatando a diversidade de expressões e lutas dentro de um mesmo movimento. Traz a público novas reflexões e deixa marcado na história vivências antes nunca documentadas. Local de Produção: Barra Mansa, Rio de Janeiro

* Corpus- Aleson Estevam/DF/experimental/9’
Descrição: As curvas são regidas pelas intolerâncias de não apenas uma sociedade, mas de várias. Quando a dor fica insuportável e não há mais lugar para colocá-la, é preciso repensá-la. O tabu não é mais tabu. Repensar dói, mas é preciso. Essa batalha não é particular, é um ato político geral. Por isso, dizemos: Grite, mas grite alto! A história de corações amarfanhados por correntes de paradigmas e opiniões vazias. O grito vem, repleto de ira. As lágrimas trazem o sofrimento da alma e do corpo ferido. Enfim, o respiro.”

* À luz do Sol- Edielson Shinohara/PA/ documentário/13’17’’
Descrição: O filme traz relatos sobre aspectos da trajetória de personagens travestis e transexuais na luta contra o preconceito e faz referência às pessoas que, muitas vezes, são invisibilizadas no cotidiano. O filme possui legendas para também incentivar a acessibilidade nos conteúdos
cinematográficos. Local de Produção: Belém-PA

* Filme do convidado: Pungentes- Higor Mourão e produção de Jonathan Moreira/SP
Pungente: “Que tem a ponta rígida e aguçada, capaz de tocar e transformar”. Somos jovens falamos do corpo, dos medos, das angústias, dos sonhos, das percepções do mundo, da (des)coragem ou sobre os Direitos Sexuais e Reprodutivos.

20h: Bate-papo com Jonathan Moreira e Sol Almeida

Jonathan Moreira é técnico em Arte Dramática pela ETEC de Artes, e atualmente está cursando pedagogia na Universidade de São Paulo (USP). Trabalhou como agente deprevenção e formação no projeto Viva Melhor Sabendo Jovem, pela ONG Viração, programa que discutia Sexualidade dentro da população jovem LGBT. Realizou também o curso de iniciação ao audiovisual na TV USP e educomunicação na Agência Jovem de Notícias. Foi membro da Rede Nacional de Jovens Comunicadores (RENAJOC) e da Campanha Ana (Aliança Nacional de Adolescentes contra a Exploração Infantil).

Sol Almeida é artista pesquisadora do Capão Redondo, investiga as danças tradicionais populares brasileiras e literatura periférica, com recortes de raça, classe, gênero e sexualidade. Idealizadora do projeto Manifesto da Bicha Preta, compõe a Cia. Basalto de Artes(2013), Coletivo Desvelo(2017) e Instituto Umoja de Dramaturgias negras.

Quinta-feira, 14 de fevereiro
Centro de Referência da Diversidade
R. Maj. Sertório, 292 – República, São Paulo.

19h – Exibição dos curtas selecionados

* CorpoStyleDanceMachine- Ulisses Arthur e produção Marvin Pereira/ BA/documentário/7’
Descrição: “Ando por mistério, vivo por mistério […] Nosso corpo é uma máquina, ou cuida ou sabe como é né?” Entre e memórias da boate e relatos de resistências cotidianas: Tikal dança e afronta as normas.
Local de Produção: Cachoeira / BA

* Tommy Brilho- Sávio Fernandes/CE/ficção/17’43’’
Descrição: Tommy Brilho é o primeiro aluno invisível da universidade. Com isso, surge o grande desafio de ser visto por seu crush. Local de Produção: Fortaleza – CE

* A Outra Vida- Icaro Zanutto/PR/documentário/14’52’’
Descrição: “A Outra Vida” tem como proposta fazer uma análise fílmica e documental sobre como o HIV/Aids é visto no Brasil. O filme buscou na ONG RNP+ Curitiba por experiências que nos ajudem a entender o motivo do crescente número de pessoas contaminadas pelo vírus. Além disso, como o HIV/AIDS ainda causa impacto por continuar a ser relacionado à morte, sofrimento e “praga gay”. Local de Produção: RNP+ (Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV), em Curitiba.

Filme do convidado: * Baile de Formatura- Lufe Steffen/SP/documentário
Sinopse: Misturando documentário com ficção, a obra focaliza um período bastante simbólico da juventude: a passagem da adolescência para a vida adulta, na figura do baile de formatura
de encerramento da fase escolar, com direito a bullying e um banho de sangue no melhor estilo Carrie, a Estranha.

20h – Bate-papo com Lufe Steffen e Júlia Rodrigues.

Lufe Steffen é cineasta e pesquisador de temáticas LGBT no cinema. Dirigiu 10 curtas ficcionais e 2 longas documentais, entre eles o premiado “São Paulo em Hi-Fi”, e atualmente finaliza seu 1º longa de ficção, o musical queer “Nós Somos o Amanhã”. Autor dos livros “Tragam os Cavalos Dançantes” e “O Cinema que Ousa Dizer Seu Nome” – este último, obra jornalística sobre o cinema brasileiro LGBT do século XXI -, realizou ainda a série documental para TV “Cinema Diversidade”, exibida no canal Prime Box Brazil.

Júlia Rodrigues é graduada em Hotelaria pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Graduada em Designer de Interiores pelo Centro Universitário do Maranhão – CEUMA. Foi
precursora da Resolução 242 que regulamentou o uso do nome
social por transexuais e travestis na UFMA. É pesquisadora de gênero, sexualidade e cultura.