Os anos 1970… No Brasil, Mauricio de Sousa ainda não tinha uma enorme equipe responsável pelos desenhos e roteiros de seus quadrinhos da “Turma da Mônica”, o próprio autor ainda escrevia diversas histórias, em especial as do personagem Horácio. Eram tiras diárias em jornais, além das novas revistas mensais pela Editora Abril.

No México, Chespirito escrevia, protagonizava e co-dirigia duas séries semanais: “Chaves” e “Chapolin”. Roberto Gómez Bolaños se desdobrava para entregar quatro horas de programação todo mês para o canal Televisa.

O que ambos tem em comum? A capacidade de reaproveitar histórias.

Chespirito criou em 1972 a história da Chiquinha e dos meninos da vila com medo do Homem do Saco em “Remédio duro de engolir”, a mesma trama voltaria em 1975 e 1978. As vezes as tramas tinham pequenas mudanças. A história do terno do Seu Madruga aparece em 1973 com a desconhecida personagem Dona Edwiges, a “Louca da Escada”, em 1976 o roteiro coloca a conhecida Dona Clotilde no lugar.

Com os Estúdios Mauricio de Sousa os remakes também ocorreram nos anos 1970. Em 1963, nas tiras de jornais, Horácio tentou viver como membro de uma família de pteranodontes. Nos anos 1970, na revistinha da Mônica, a história foi recontada com os mesmos personagens e final: Horácio não consegue fazer parte da ninhada por não poder voar. Mas em alguns momentos os roteiros trocavam os personagens. Em 1964, nas tirinhas, ocorreu “O Casamento de Horácio”, em que a eterna dinossaurinha apaixonada Lucinda sequestra seu amado. Quando a trama foi republicada nos anos 1970 a sequestradora foi Simone, a dinossaura rival de Lucinda.