Como pode uma Copa no Catar (Qatar)?
A grande mídia nas últimas semanas questiona o absurdo de uma Copa em um país machista, racista, homofóbico e xenofóbico. Mas só agora, com a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, a bolha parece ter furado e muita gente percebeu que o Catar é um país teocrático radical, atrasado e retrogrado.
Durante muito tempo os fãs da série “The Handmaid’s Tale” desejaram que a série inspirada no livro “O Conto da Aia” fosse além das camadas mais simples e tivesse uma pegada mais política. Em alguns episódios chegamos a ver o que outros países pensam, mas de forma rápida e superficial. Vimos uma mulher da política mexicana visitando o país e os políticos da Canadá recebendo refugiados, mas e se a produção fosse além?
Como o mundo reagiria a uma Copa do Mundo em Gilead, o país dominado por uma religião radical no território antes conhecido como Estados Unidos da América? Ou mesmo uma Olimpíada, afinal em 1936 já era claro que coisas muito erradas estavam ocorrendo na Alemanha e mesmo assim os países aceitaram participar dos Jogos Olimpícos de Berlim.
E o absurdo da Fifa parece não se limitar ao ano de 2022. Coreia do Norte poderia sediar a Copa do Mundo, disse o presidente da entidade nesta semana. Neste ritmo de pensamento seria bem possível imaginar que a Fifa poderia organizar uma edição da Copa do Mundo em Gilead, talvez com as Aias servindo os jogadores campeões?