Neste final de ano a Turma da Mônica ganhou dois novos integrantes. No livro “Turma da Mônica – Nosso amigo com nanismo” é introduzido Bernardo, que tem acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo. E na obra “Turma da Mônica Contos Clássicos em Libras: O Lobo e os Sete Cabritinhos” é apresentada Sueli, a primeira personagem surda do Bairro do Limoeiro.

Ao longo dos anos foram inúmeros os personagens com causas sociais que foram apresentados em publicações especiais e com o tempo apareceram nas revistas regulares, como André (Portador de transtorno do espectro autista – TEA), Tati (Down), Luca (cadeirante) e Dorinha (deficiente visual). Outros ficaram restritos a revistas temáticas, como Igor e Vitória, crianças soropositivas.

A lista da inclusão nas revistinhas é diversa: Humberto (deficiência na fala), Xaveco (com pais divorciados), Milena (com uma família de pessoas negras bem sucedida), Manézinho (imigrante de Portugal), Tikara e Keika (nipo-descendentes) e Papa-Capim, Cafuné e Jurema (indígenas).

Nos últimos tempos até personagens homossexuais ganharam espaço na linha adolescente da Turma da Tina. Caio, um jovem gay, apareceu na revista regular da Tina e Kátia, uma moça lésbica, apareceu na graphic “Respeito”.

Com tanta inclusão é um mistério ainda não ter um personagem fixo com pais adotivos. Uma criança adotada seria importante na turminha para mostrar como é importante a adoção e que é uma forma de família que muitos leitores não possuem intimidade no seu dia a dia.

Muitas crianças adotadas não encontram na grande mídia uma forma de representação, de ver sua família como algo também natural. E quando é retratada é com piada, como no filme dos “Vingadores” em um diálogo envolvendo Loki e Thor:
“Ele é meu irmão” – Thor.
“Ele matou 80 pessoas em 2 dias” – Viúva Negra.
“Ele é adotado” – Thor.

Pode ser um personagem novo, chegando ao bairro do Limoeiro, ou um que já existe ter a conversa com os pais sobre ele ser filho adotivo, que tal com a menina Aninha, por exemplo?

Por isso, fica a dica aos estúdios de Mauricio de Sousa, vamos dar visibilidade para a causa da adoção, é necessário e vai ajudar muitas famílias a serem vistas e mais respeitadas, pois muitas crianças sofrem bullying nas escolas por serem adotadas e uma obra com tamanho alcance pode ajudar muito a mudar esta triste realidade.