Dicas para emissoras de TV melhorarem seus streamings e terem o seu Globoplay

Sabe do que o brasileiro gosta? Dramaturgia. Sabe o motivo de poucas emissoras apostarem nisso? Custos.

Gravar programas de ficção é mais caro que gravar um reality show, por exemplo, e nem sabe traz o mesmo retorno financeiro ou números de audiência. Mas mesmo os fracassos possuem fãs dispostos a acompanhar reprises, afinal tem mais graça rever uma série ou novela do que um reality em que você já sabe o campeão. Mas enquanto porque existem poucos materiais do tipo disponíveis de formas oficiais na internet? Para mostrar novamente um programa deste tipo é preciso que as emissoras arquem com os chamados direitos conexos, os direitos autorais de atores, diretores e roteiristas. E nem sempre isso sairá barato, dependendo de fatores contratuais, que incluem direitos autorais de obras originais, a Rede Globo, por exemplo, não pode reprisar as novelas “Gabriela”, pois os direitos dos livros pertencem ao grupo Warner.

Mas o que os streamings tem com isso? Toda emissora agora quer ter seu aplicativo próprio, e para eles “bombarem”, um caminho pode ser programas antigos de dramaturgia.

PlayPlus
O streaming da Record já tem quase toda produção própria de dramaturgia após a retomada de 2004 com “A Escrava Isaura”, mas podem ir além. Falta, por exemplo, a primeira temporada de Rebelde, provavelmente por problemas de direitos autorais com a Televisa. Falta ainda Metamorphoses, de 2004, produzida pela Casablanca que até hoje é parceira da Record, e que já esteve disponível na Netflix, com sua edição internacional, apenas com a primeira temporada e o último capítulo. Existem ainda novelas próprias anteriores, como “Marcas da Paixão”, “Vidas Cruzadas” e “Roda da Vida”, as duas primeiras foram reprisadas pela Rede Família, emissora do grupo Record, mostrando que os direitos conexos estão em dia. Outra ideia é colocar as séries de Gérson de Abreu: “Agente G” e “Vila Esperança”.

BandPlay
O streaming da Band tem produções de teledramaturgia estrangeira, mas nada brasileiro, mesmo muitas de suas produções já tendo dado as caras em outros canais e serviços. “Serras Azuis”, “Meu Pé de Laranja Lima” e “Dance, Dance, Dance” já apareceram em emissoras locais, sendo que as duas últimas também já estiveram na Netflix com “Floribela”. “Os Imigrantes” está no ar na TV Brasil e também já passou na Rede Vida. São produções que aparentemente estão com os direitos autorais em dia. A emissora podia tentar ainda resolver pendências de séries antigas como “Contos de Natal”, “Santo de Casa…”, “A Guerra dos Pintos” e “As Aventuras de Tiazinha” ou as novelas “A Idade da Loba”, “O Campeão”, “Perdidos de Amor”, “Paixões Proibidas” e “Água na Boca”.

Cultura Play
Sabemos que o forte da TV Cultura são programas infantis e muitas obras de teledramaturgia são atemporais para os mais novos e atinge ainda os saudosistas, inúmeras já apareceram na TV Rá-Tim-Bum, então devem ter os direitos autorais assegurados. “Castelo Rá-Tim-Bum”, “Glub Glub”, “O Professor”, “Ilha Rá-Tim-Bum”, “Lucas e Juquinha em Perigo! Perigo! Perigo!”, “Mundo da Lua”, “Confissões de Adolescente”, “Rá-Tim-Bum”, “Teatro Rá-Tim-Bum”, “A Turma do Pererê”, “Sãos e Salvos”, “Um Menino Muito Maluquinho”, “Tudo que é Solido pode Derreter”, “Pedro & Bianca”, “Que Monstro te Mordeu?”… São diversas as produções que poderiam aparecer no streaming. Lembrando que é bem provavel que ainda exista nos arquivos da Fundação Padre Anchieta as 16 mini-novelas produzidas nos anos 1980 e escrita por autores como Walter Negrão, Geraldo Vietri, Chico de Assis, Rúbens Ewald Filho, Mário Prata, Jorge Andrade, Carlos Lombardi, Edmara Barbosa e Marcos Rey.

SBT Vídeos
O SBT Vídeos tem boas opções de novelas, como originais, adaptações mexicanas adultas e infantis. Mas faltam muitas ainda, algumas provavelmente por problemas de direitos autorais, como “Vende-se um Véu de Noiva”, que depende contrato com os herdeiros de Janete Clair, e “Uma Rosa com Amor”, pelos direitos com Vicente Sesso. Mas é inexplicavel o motivo de não ter todas as obras da parceria com a Televisa, faltando produções como “Corações Feridos”, “Jamais Te Esquecerei” (já reprisada pela emissora), “Seus Olhos” e “Os Ricos Também Choram”. A emissora ainda possui novelas próprias antigas e nunca reprisadas que despertam a curiosidade do público, como “Brasileiras e Brasileiros”, “Sangue do Meu Sangue”, “Razão de Viver” e “Os Ossos do Barão”. A emissora podia tentar os direitos de co-produções que exibiu, como “O Direito de Nascer”, já exibida por outras emissoras, “Colégio Brasil”, “Antônio Alves, Taxista”, “Dona Anja” e “Cortina de Vidro”, primeira novela de Walcyr Carrasco, que também o autor do sucesso “Fascinação”. Mas as mais esperadas pelos internautas são mesmo “Pérola Negra” e a enorme primeira versão de “Chiquititas”. Existem ainda séries antigas como “Alô, Doçura!”, dirigida por Walter Avancini e “O Grande Pai”, “A Justiça dos Homens”, Brava Gente”, além de teleteatros, e humorísticos como “Câmera Café” e “Sem Controle”.