Será que o público cansou dos super-heróis? Os cinemas conseguiram superar a fase ruim da pandemia? As salas ainda tiveram espaço para ingressos sendo distribuídos por torcidas organizadas de filmes.
Som da Liberdade (Sound of Freedom)
Um filme que serviu para dar voz para teorias da conspiração e aumentar discursos de ódio. A polêmica associação do longa com grupos QAnon ajudaram a polêmica ganhar força e mobilizou campanhas a favor da produção – com ingressos sendo dados de graça – e também de boicotes. Na prática, um blockbuster fraco, com um roteiro que se vende verdadeiro – e tem muita controvérsia com isso – e atores medianos, como o sempre exagerado Jim Caviezel.
Flash (The Flash)
Escolhi este para representar os filmes de heróis. Os efeitos especiais de “Flash” são tão ruins quanto os de “Homem-Formiga e a Vespa – Quantumania”; o roteiro tem falhas gigantescas como “Besouro Azul”; sofre com a mesma falta de carisma de “Shazam 2”; e ficou dispensável no universo DC como “Aquaman 2”. Algo poderia ter melhorado o filme: Robert Pattinson como o Batman da cena final, mas nem isso ocorreu.
O Chamado 4: Samara Resurge (Sadako DX)
Este filme é tão ruim que nem devia ter ido para os cinemas brasileiros, tão fraco que nem seria lembrado para uma lista dos piores do ano. Entra por ser um caso de Procon, os consumidores foram enganados pelo título brasileiro: não é uma continuação da saga “Chamado” americana, vem da franquia japonesa “Ringu”, ou seja, nem Samara temos, é a Sadako da protagonista. Quem pagou ingresso já pode ir ao Reclame Aqui.
Ursinho Pooh: Sangue e Mel (Winnie-the-Pooh: Blood and Honey)
A ideia na prática é genial. Ursinho Pooh caiu em domínio público e usaram o simpático urso para virar um psicopata assassino. Mas a forma como tudo foi feita é muito pobre, artificial e clichê. Só não é a pior coisa que jogaram nos cinemas brasileiros em 2023, pois ocorreram coisas piores, como “O Chamado 4” e “Olhos Famintos 4” (o que foi aquele fundo verde?), e dublado o filme melhora. Mas podem se preparar Mickey Mouse assassino em 2024, mais uma vítima do fim dos direitos autorais. Representa na lista outros péssimos filmes de terror do ano como o novo “O Exorcista”, a nova versão de “Colheita Maldita” e o recente “Cemitério maldito: A Origem”.
Ângela
Tinha que ter um filme brasileiro na lista, não podemos esquecer de valorizar nosso cinema nacional. Escolhi Angela, pois conseguiram fazer um longa que explora o sexo (no estilo “50 Tons de Cinza”) com um tema sério e problemático como o assassinato da famosa socialite Ângela Diniz. Escutem o podcast “Praia dos Ossos”, mas jamais vejam este filme. Temos ainda muitas comédias ruins, mas isso fica para a próxima…
Menções honrosas, ou horrorosas, já que eu queria fazer um Top 5 e estes quase entraram: “Velozes e Furiosos 10”, “Transformers: O Despertar das Feras” e “Megatubarão 2”.